“Descanso não é privilégio e o estado não pode ser cúmplice da exaustão”, afirma deputada estadual

Camila Valadão destaca proposta de lei que garante dois dias de folga para trabalhadoras e trabalhadores contratados pelo estado

8 maio 2025, 11:40 Tempo de leitura: 2 minutos, 7 segundos
“Descanso não é privilégio e o estado não pode ser cúmplice da exaustão”, afirma deputada estadual

O regime de escala de trabalho de 6×1 limita o tempo disponível para recuperação física e mental. O que, segundo especialistas em saúde, torna os trabalhadores mais vulneráveis ao desgaste emocional. Além disso, o cansaço extremo leva a sensação de ineficácia, dificuldade de concentração e irritabilidade constante, que podem evoluir para problemas mais graves, como ansiedade e depressão. 

O fim da jornada 6×1 é tema central do Dia das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, celebrado em todo o país nesta quinta-feira (1º). A deputada estadual Camila Valadão (PSOL) defende condições mais dignas de trabalho e destacou a urgência de garantir jornadas que respeitem o tempo e a saúde de quem presta serviços ao estado.

A parlamentar é autora do Projeto de Lei nº 635/2024, que propõe o fim da escala 6×1 nos contratos públicos, concessões e permissões de serviço público no Espírito Santo e estabelece, no mínimo, dois dias de descanso semanal.

“Descanso não é privilégio. É direito. E o estado não pode ser cúmplice da exaustão. Nossa proposta enfrenta uma lógica que naturaliza a sobrecarga e rompe com décadas de negligência em relação ao tempo de vida de quem trabalha”, afirma a deputada.

Inspirada no movimento nacional Vida Além do Trabalho (VAT), a iniciativa responde às denúncias de jornadas exaustivas e à urgência de assegurar tempo livre como parte da dignidade laboral. “O descanso adequado precisa ser regra, não exceção”, pontua Camila.

O Projeto de Lei também determina que contratos vigentes com o poder público estadual sejam adaptados à nova regra. A justificativa da proposta aponta que, em muitos casos, as concessões públicas podem ter duração de até 35 anos, o que, sem a exigência de adequação, retardaria por décadas a aplicação do direito ao descanso.

“Para corrigir essa distorção, propusemos a alteração imediata dos contratos já firmados. Todas as pessoas que prestam serviço ao estado precisam ser alcançadas por essa conquista, e não apenas as futuras contratações”, defende a parlamentar.

A proposta de Camila Valadão resgata o sentido original do 1º de Maio: a valorização da vida do trabalhador e da trabalhadora. “Nosso compromisso é com uma política pública que respeite o corpo, o tempo e a saúde de quem constrói o Espírito Santo todos os dias. Jornada digna é compromisso com a vida”, conclui.