Espírito Santo agora tem o Dia Estadual da Pessoa Trancista

Lei 12.570, de autoria da deputada Camila Valadão, valoriza a ancestralidade das tranças e a contribuição cultural e social das trancistas

13 out 2025, 18:03 Tempo de leitura: 1 minuto, 55 segundos
Espírito Santo agora tem o Dia Estadual da Pessoa Trancista

Trançar os cabelos é uma herança ancestral. Reconhecendo a importância cultural, histórica e social da atividade, o Espírito Santo agora tem o Dia Estadual da Pessoa Trancista. Sancionada no último dia 09 de outubro, a Lei nº 12.570, de autoria da deputada estadual Camila Valadão (PSOL), valoriza o trabalho das trancistas e sua contribuição para a preservação da cultura afro-brasileira e fortalecimento da autoestima da população negra.

A lei institui o dia 6 de junho como homenagem a  Idalice “Dai” Bastos, referência nacional e precursora das técnicas afro no campo da beleza. Nascida em uma família pobre, Dai transformou sua paixão pelo cuidado com cabelos crespos em um legado. Fundadora da ONG Afrodai, ajudou a capacitar milhares de jovens em situação de vulnerabilidade, aliando estética, identidade e consciência racial.

“O ato de trançar é ancestral, transmitido de geração em geração, e representa resistência e empoderamento para as comunidades negras. Ao instituir esse dia, reconhecemos o valor das trancistas como profissionais e como guardiãs de um legado cultural que precisa ser respeitado”, destacou Camila Valadão.

A aprovação da lei corrobora para a valorização da profissão que recentemente foi incluída na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), garantindo reconhecimento formal nos sistemas públicos e privados de trabalho. Para Camila, essa coincidência reforça o caráter histórico da conquista.

“É um avanço na luta pelo reconhecimento do trabalho de tantas mulheres negras, que transformam a vida de suas comunidades com arte, cuidado e identidade”, afirmou.

Além da valorização cultural, a iniciativa pretende estimular o debate sobre o combate a estereótipos e ao racismo, além de dar visibilidade a uma atividade que também se consolidou como fonte de renda e autonomia financeira para milhares de famílias capixabas e brasileiras.

Quem foi “Dai”

Idalice “Dai” Moreira Bastos foi uma cabeleireira, trancista e ativista pioneira na valorização da estética negra no Brasil. Ela fundou o Afrodai, uma ONG que oferecia cursos e oficinas para jovens negras, ensinando técnicas de penteados afro e promovendo autoestima e empoderamento racial. Seu trabalho marcou a cultura capilar afro-brasileira, transformando não só cabelos, mas consciências.

fotos: Acervo pessoal